Paulo Falcão Alves

Vaguear na Maionese

Paulo Falcão Alves

SURRA DE BUNDA

A curiosidade levou-me a esperar pelo último dia do Rock´in Rio para ver o concerto de uma das suas cabeças de cartaz - a cantora brasileira Anitta, uma personagem cuja imagem tenta colar-se a estrelas pop como Beyoncé ou Rihanna
Confesso que nunca tinha ouvido falar desta senhora, mas pela adesão do público pensei que fosse algo digno de se pagar bilhete – infelizmente estava errado.
O concerto inicia-se ao som dos Dire Straits, miseravelmente empobrecido por uma coreografia brejeira onde Anitta e as suas partners rabudas iniciam as suas danças tribais de acasalamento - e foi isto quase todo o espetáculo...
O concerto foi de tão fraco nível que a certa altura um dançarino aproxima-se da protagonista, ambos põem as línguas de fora e durante cinco segundos tocam-se como colibris...mais tarde os comentadores do concerto disseram que era o seu marido ou namorado, já não sei, só sei que foi muito mau.
Entretanto sobe mais uma “artista” ao palco e aqui apercebo-me, através da letra da música, que na verdade Anitta, tal como a sua compincha, é da favela. Atenção que não tenho nada contra as pessoas da favela, apenas gostaria de referir que não lhe devia bastar ser do morro e representar os oprimidos para ser considerada uma pop star – valha-me Deus, devia ser preciso ter o mínimo de talento musical e esta senhora não tem nenhum. Como se não bastasse, desfila em palco com a bandeira de Espanha revelando uma ignorância boçal... reconheço que gostos não se discutem mas meus amigos isto foi fraco demais.
Para terminar, e para resumir este concerto, faço minhas as palavras de um dos comentadores do evento (Tatanka, vocalista dos Black Mamba) – surra de bunda.