
Vaguear na Maionese
Paulo Falcão Alves
SURRA DE BUNDA
- Partilhar 28/06/2022

A curiosidade levou-me a esperar pelo último
dia do Rock´in Rio para ver o concerto de uma das suas cabeças de
cartaz - a cantora brasileira Anitta, uma personagem cuja imagem tenta
colar-se a estrelas pop como Beyoncé ou Rihanna
Confesso que nunca
tinha ouvido falar desta senhora, mas pela adesão do público pensei
que fosse algo digno de se pagar bilhete – infelizmente estava errado.
O concerto inicia-se ao som dos Dire Straits, miseravelmente
empobrecido por uma coreografia brejeira onde Anitta e as suas
partners rabudas iniciam as suas danças tribais de acasalamento - e
foi isto quase todo o espetáculo...
O concerto foi de tão fraco
nível que a certa altura um dançarino aproxima-se da protagonista,
ambos põem as línguas de fora e durante cinco segundos tocam-se como
colibris...mais tarde os comentadores do concerto disseram que era o
seu marido ou namorado, já não sei, só sei que foi muito mau.
Entretanto sobe mais uma “artista” ao palco e aqui apercebo-me,
através da letra da música, que na verdade Anitta, tal como a sua
compincha, é da favela. Atenção que não tenho nada contra as pessoas
da favela, apenas gostaria de referir que não lhe devia bastar ser do
morro e representar os oprimidos para ser considerada uma pop star –
valha-me Deus, devia ser preciso ter o mínimo de talento musical e
esta senhora não tem nenhum. Como se não bastasse, desfila em palco
com a bandeira de Espanha revelando uma ignorância boçal... reconheço
que gostos não se discutem mas meus amigos isto foi fraco demais.
Para terminar, e para resumir este concerto, faço minhas as palavras
de um dos comentadores do evento (Tatanka, vocalista dos Black Mamba)
– surra de bunda.
- n.38 • julho 2022