Vaguear na Maionese
Paulo Falcão Alves
OS MESMOS DE SEMPRE
- Partilhar 01/04/2022
Embora a minha formação ideológica seja democrática
e pró-capitalista, sinto um descrédito cada vez maior pelo estado
das nações. Assistimos a uma guerra em que todos criticam o agressor,
mas onde ninguém se insurge contra o principal causador desta
fatalidade – o presidente dos Estados Unidos da América. Primeiro
acenam à Ucrânia uma entrada na NATO e depois escondem-se atrás de
insultos e de uma insurgente falta de carácter.
Lamentavelmente,
por incompetência ou excesso de confiança, as grandes nações do
ocidente, como os Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido,
julgaram que os avisos da Rússia que visavam uma ação bélica em prol
da proteção do seu território face à instalação de bases militares na
vizinha Ucrânia seria apenas um bluf – estavam enganados! E
pior, enganaram o líder ucraniano ao fazê-lo pensar que protegeriam o
seu povo na eventualidade de uma qualquer invasão – outra mentira...
Levado por estas falas mansas, Zelensky afrontou uma das
maiores potências bélicas do mundo, ainda ferida pelo desmantelamento
humilhante da sua ex-URSS, chegando mesmo a assinar um pedido formal
de adesão à União Europeia. O resultado foi o espicaçar do urso
branco que, de um dia para o outro e após vários avisos, começou a
disparar em todas as direções sem receio de possíveis danos colaterais
mostrando ao mundo que mother Russia is still alive. Agora que
já todos percebemos que a Ucrânia não vai aderir à NATO, falta saber
quem irá pagar os custos desta guerra – os mesmos de sempre!
- n.35 • abril 2022