Uma Pequena História da Música [48]

Frédéric Chopin

Frédéric Chopin (1810-1849) é, sem dúvida, um dos mais importantes e populares representantes do movimento musical romântico. Para além de ser um excelente compositor, era um exímio pianista.

Chopin nasceu na cidade polaca de Zelazowa Wola e cresceu num ambiente culto em que a música desempenhava um papel importante. Os seus pais cedo descobriram as extraordinárias qualidades musicais do jovem Frédéric, que aos seis anos começou a estudar música e aos sete publicou a sua primeira composição e iniciou a sua carreira como pianista de concerto.

O "PEQUENO CHOPIN”
Após o seu primeiro concerto público no palácio da família Radziwill, a sua fama espalhou-se pelos círculos musicais de Varsóvia, onde era conhecido como o "pequeno Chopin". Combinou os seus estudos formais no Liceu de Varsóvia com os estudos de música e completou-os no Conservatório, obtendo excelentes resultados. Os seus professores diziam que era um génio musical e que tinha um talento espantoso.

FAMOSO FORA DO SEU PAÍS
Antes dos vinte anos de idade, a fama de Chopin como compositor e pianista já se tinha espalhado nos círculos musicais europeus. O seu primeiro grande êxito fora da sua terra natal ocorreu em 1829, em Viena, onde foi convidado a dar dois concertos.
Depois de trabalhar em várias cidades, regressou a Varsóvia por um curto período de tempo, onde se apaixonou por uma jovem estudante de canto. Este primeiro amor, vivido com toda a paixão e desgosto de um espírito romântico, inspirou-o a escrever várias composições magníficas, incluindo os seus primeiros noturnos. Mas ele queria continuar a sua carreira musical de sucesso fora da Polónia, que também vivia tempos políticos muito difíceis. Assim, Chopin partiu numa viagem pela Europa que o levou primeiro a Viena e depois a Paris, onde se estabeleceu definitivamente e onde compôs até à sua morte.

VIDA EM PARIS
Chopin chegou a Paris em 1831. Nessa altura, já era um pianista famoso e talentoso e tinha composto duas das suas obras mais importantes, dois concertos para piano em que o papel da orquestra era secundário e o papel principal era desempenhado pelo instrumento a solo, o que exigia um elevado grau de virtuosismo do seu executante.
Graças aos seus amigos, Chopin foi rapidamente introduzido nos círculos intelectuais e musicais da capital parisiense, mas o sucesso profissional não foi tão rápido quanto ele esperava. Embora fosse um excelente músico, o seu carácter introvertido não o tornou popular nas salas de concerto, e a sua primeira atuação foi recebida com uma certa frieza. Por isso, o músico decidiu tocar apenas em serões musicais realizados em mansões aristocráticas, onde o número reduzido de pessoas e o ambiente mais íntimo se adaptavam melhor às características da sua música. Isto valeu-lhe uma certa reputação de snobe, mas não o impediu de se tornar rapidamente num dos artistas mais populares e bem pagos da capital francesa.
Foram anos de grande atividade criativa (composições para piano, baladas, noturnos, mazurcas e valsas), mas também de desconforto e doença, já que a saúde do músico era muito débil desde a infância. Foi precisamente a sua doença que o levou a romper o noivado com a jovem Maria Wodziska, o que lhe causou tal angústia que chegou a pensar em suicidar-se.

GEORGE SAND E CHOPIN
Em 1836, o músico conheceu a romancista George Sand (pseudónimo de Amandine Aurore Lucile Dupin) e nenhum dos dois sentiu simpatia pelo outro. Mas voltaram a encontrar-se no ano seguinte, e o que começou por ser uma antipatia tornou-se num caso de amor que durou dez anos. Ela foi a musa inspiradora do compositor durante um dos seus períodos mais prolíficos.

O FIM DE UM GRANDE MÚSICO
Pouco depois da sua rutura com George Sand, em 1848, Chopin dá o seu último concerto em Paris e, apesar de a sua saúde estar muito debilitada, decide fazer uma digressão por Inglaterra e pela Escócia. Esta decisão acabou por ser o princípio do fim, uma vez que a sua saúde se deteriorou ainda mais. Em novembro do mesmo ano, regressa a Paris, onde morre onze meses depois.

Chopin, Nocturne, op 27 no 2
Maria João Pires live at Jardin Musical


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