Uma Pequena História da Música [38]

Carlos Seixas

Carlos Seixas (1704-1742) é considerado um excecional compositor de concertos e sonatas para instrumentos de tecla, sendo o autor português mais divulgado, discutindo-se as relações e influências das suas obras. Figura cimeira da música portuguesa do séc. XVIII, o seu estilo tem sido alvo de grande debate, nomeadamente na questão da influência de Domenico Scarlatti.

José António Carlos de Seixas (1704-1742) nasceu em Coimbra, e iniciou os estudos musicais com seu pai Francisco Vaz, tendo adquirido desde muito novo uma apreciável destreza no órgão. Aos 14 anos substitui o pai nas funções de organista da Sé de Coimbra e, dois anos mais tarde parte para Lisboa onde chega com fama de grande organista.
Precedido de uma sólida reputação, foi admitido como organista na Santa Basílica Patriarcal de Lisboa e na Capela Real. Para além destas funções, compunha e ensinava cravo nas casas da corte.

FORMAÇÃO
Ao contrário dos outros seus contemporâneos, que por norma faziam parte dos seus estudos como bolseiros da coroa portuguesa em Roma, Seixas parece nunca ter saído de Portugal, tendo-se formado muito provavelmente na escola de seu pai, herdeira da tradição organística ibérica do século XVII.

PROEMINENTE COMPOSITOR
Embora Seixas tenha tido uma curta existência, morreu com apenas 38 anos, e se bem que uma grande parte da sua música tenha desaparecido aquando do terramoto de 1755, o pouco que nos chegou, apresenta-o como um compositor cheio de génio, digno representante da escola portuguesa.
Seixas foi sem dúvida o mais proeminente compositor português de música para tecla da primeira metade do século XVIII, tendo composto, segundo testemunhos da época cerca de 700 Tocatas ou Sonatas. No entanto só cerca de uma centena chegaram até aos nossos dias.
Seixas demonstra em algumas Sonatas uma técnica plenamente desenvolvida e exigente. No entanto a sua inspiração é mais forte no domínio da invenção melódica, em especial nos andamentos lentos e em alguns minuetes, onde encontramos verdadeiramente a alma portuguesa, a saudade, a ternura e sobretudo uma grande simplicidade. Atributos estes que levam à formação de uma escola portuguesa definida, que se distingue das outras precisamente na sua forma de expressão.

MORTE PREMATURA
Carlos Seixas faleceu aos 38 anos em Lisboa na sua casa por detrás da Igreja de Santo António, no dia 25 de Agosto de 1742 sendo sepultado na Basílica de Santa Maria (actual Sé Patriarcal). Segundo escritos da época, padecia de reumatismo que degenerou em febre maligna.

Adaptado por Francisco Gil,
A partir de um texto de António Ferreira

Carlos Seixas: Tocata 1a in G minor for harpsichord
por Gianandrea Pauletta


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