Uma Pequena História da Música [26]

Tomaso Albinoni

O desaparecimento de grande parte da obra deste músico torna difícil avaliar o significado da sua obra, embora a atenção que lhe foi dada por outros compositores famosos, como Bach, sugira que ele era particularmente interessante, especialmente em termos de música instrumental.

Tomnaso Albinoni (1671-1751) nasceu em Veneza. Era o filho primogénito de um rico comerciante de papel que possuía várias lojas e outras propriedades na cidade. A riqueza da família permitiu-lhe receber uma sólida educação musical e cedo se destacou como cantor e, sobretudo, como violinista. Mas, apesar dos seus dotes musicais, parece não ter considerado a possibilidade de ganhar a vida com eles, uma vez que o dinheiro da família lhe permitia uma grande liberdade.

UMA MUDANÇA DE DIRECÇÃO
Não se sabe ao certo o que lhe aconteceu durante a juventude, mas parece que aos vinte e três anos deu uma reviravolta na sua vida e encontrou o caminho da composição musical. Começou com a estreia da ópera Zenóbia, Rainha de Palmira (1694), a que se seguiu uma coleção de doze sonatas em trio. A partir de então, a sua atividade de compositor centrou-se sobretudo nestes dois géneros: a música vocal secular (óperas e cantatas) e a música instrumental (concertos e sonatas).
Parece que em 1700 foi contratado como violinista pelo Duque de Mântua, embora o mais provável seja que lhe tenha dedicado apenas a coleção de peças instrumentais Opus 2. Também dedicadas a outro nobre, o Grão-Duque Fernando III da Toscana, compôs as Suites op. 3.

A FAMA CHEGA
Por volta de 1705, as óperas de Albinoni alcançaram grande sucesso em toda a Itália. Prova da sua fama é que, nesse ano, casou com a famosa cantora Margherita Rimondi, tendo a cerimónia sido oficiada pelo mestre de capela de S. Marcos, em Veneza.
Em 1709, o seu pai morre e, conforme estipulado no seu testamento, renuncia aos seus direitos de filho primogénito nos negócios do pai a favor dos seus irmãos mais novos. A partir de então, dedicou-se inteiramente à música e parece ter sido um compositor prolífico, embora nem toda a sua produção tenha sobrevivido.

CONCERTOS
Albinoni prosseguiu o seu trabalho como compositor de música instrumental e, em 1707, publicou uma coleção de doze concertos para cordas, seguidos, em 1715, por duas séries de concertos para oboé, nos quais demonstrou o seu domínio da melodia. Depois de dedicar doze concertos a Maximiliano Emanuel II, eleitor da Baviera, e embora pareça que o músico nunca tinha procurado um cargo numa igreja ou numa corte real, em 1722 aceitou de bom grado a oferta do príncipe-eleitor para dirigir duas das suas óperas em Munique, I veri amici e Il trionfo d'amore, que seriam apresentadas por ocasião do casamento do Príncipe Carlos Alberto.

UMA OBRA INCOMPLETA
Como já foi referido, parte da obra de Albinoni – e também os seus dados biográficos – perdeu-se. A maior parte estava guardada na biblioteca de Dresden, que foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Sabe-se que compôs cerca de cinquenta óperas, noventa e nove sonatas, cinquenta e nove concertos, nove sinfonias e numerosas sonatas de câmara e de igreja. Um arquivo da paróquia de São Barnabé indica que Tomaso Albinoni morreu em 1751, aos oitenta anos.

Adaptado por Francisco Gil,
A partir de um texto de J. L. Iriarte

Tomaso Albinoni - Adagio in G minor
Live in concert: Festival de Musica de L´Escala
Interpreta: Copernicus Chamber Orchestra & Horst Sohm (conductor)


Uma Pequena História da Música

Índice [ veja aqui...]