à Deriva
Fernando Vieira
Em aceleração
- Partilhar 13/03/2023
Numa região excessivamente
dependente da indústria turística nas suas mais
diversas vertentes, ganha importância acrescida a
abertura da nova temporada do Mundial de MotoGP no
Autódromo Internacional do Algarve, pois pela
primeira vez a prova rainha do desporto motorizado
não começará no Qatar.
E o que isto tem de
relevante?, perguntam vocês. ‘Pouca coisa’, respondo
eu: apenas e só uma efervescência de visitantes
incomum nesta época do ano, pois o Autódromo
Internacional do Algarve, localizado na freguesia da
Mexilhoeira Grande, está a ser um ponto de encontro
de fãs das motos, atraindo por estas semanas alguns
milhares de pessoas, oriundos das sete partidas,
para assistirem aos treinos e testes de marcas e
pilotos que aqui assentaram arraiais, sendo
esperados cerca de 180 mil espetadores no dia da
corrida propriamente dita, 26 de março.
A
concretizar-se as expetativas da organização, isso
representará o maior evento desportivo pago jamais
realizado em Portugal, juntando os melhores
protagonistas da modalidade e as escuderias de
referência. ‘Nada de mais’, portanto.
Acresce
o mediatismo inerente ao circo do MotoGP, com a
presença na região de centenas de jornalistas e
órgãos de comunicação social, cujo apogeu será a
transmissão em direto da prova para todos os cantos
e recantos do planeta e mais além.
Tudo
junto, teremos em perspetiva uma mega visibilidade
internacional e um apreciável – e sempre bem-vindo -
impacto económico, tanto direta como indiretamente,
ainda por cima em plena época baixa.
Segundo
as previsões climatéricas, até o tempo primaveril
que se espera para a última semana de março vai
ajudar à festa, que poderá mesmo roçar a perfeição,
caso o piloto autóctone Miguel Oliveira repita a
proeza de 2020 e vença a prova de Portimão.
Sendo assim, a primeira das 21 rondas do MotoGP 2023
tem tudo para não deixar o Algarve mal visto e, como
tal, trazer uma lufada de ar fresco à paupérrima
economia regional, tão turisticamente subordinada.
Que não caia em saco roto.
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- n.46 • março 2023