Santiago Aguaded Landero

Poemas ibéricos

Santiago Aguaded Landero

Poemas ibéricos (56) JORGE RIECHMANN

Jorge Riechmann (Madrid, 1962) é poeta, tradutor literário, ensaísta e professor de filosofia moral na UAM (Universidade Autónoma de Madrid). Dirigiu o OSE (Observatorio da Sustentabilidade da España) na sua fase de arranque. A sua actividade académica trata de transições pós-capitalistas; colapso civilizacional; eco-socialismo; ecologia política; filosofia política; e filosofia política; filosofia política "verde"; filosofia da sustentabilidade; ética ecológica; agroética; ética aplicada às novas tecnologias. aplicada às novas tecnologias (biotecnologias, nanotecnologias...); filosofia da tecnologia; sociologia dos movimentos sociais (especialmente o movimento ambiental)...

Em poesia publicou mais de trinta títulos, incluindo o mais recente Resistencia de materiales (Montesinos, Barcelona 2006), Bailar sobre una baldosa (Eclipsados, Saragoça 2008), Fracasar mejor (Olifante, Zaragoza 2013). Como ensaísta, escreveu várias dezenas de ensaios (sozinho ou em colaboração) sobre em colaboração) sobre questões de ética ambiental, ecologia política e pensamento ecológico. Como tradutor, traduziu a obra do poeta francês René Char e de dramaturgos como Heiner Müller. Ganhou vários prémios de poesia, incluindo o Prémio Internacional de Poesia Gabriel Celaya em 2000, o Prémio de Tradução Stendhal em 2000 e o Prémio de Poesia da Cidade de Mérida em 2008.

Web del autor: http://tratarde.org/


un poema inédito de ¡hwaet!

Montañas: no están
para encaramarnos a ellas
(aunque lo hagamos a veces)

sino para ayudarnos a conservar cierto sentido
de las proporciones
(eso que en Extremistán se nos ha vuelto
casi del todo imposible)

y para que nos regalen un poco de resguardo:
protección para el alma

um poema inédito de hwaet!

Montanhas: não estão
lá para que as escalemos
(se bem que por vezes o façamos)

mas para nos ajudarem a manter algum discernimento
das proporções
(que no Extremistão quase inteiramente
Impossível se tornou)

e para oferecer-nos um pouco de abrigo:
protecção para a alma


un poema ya publicado de Jorge Riechmann
En el fondo del valle ha muerto

“Pero la muerte es... sólo una palabra que se queda atrás cuando se ama. (...) Amar es ser lo que se ama.”
José Val del Omar en Fuego en Castilla

1
Quien ama –dicen que dicen las tradiciones árabes–
muere para sí
y si entonces no es correspondido
si no logra vivir en su ser amado que le ama
muere dos veces

2
La explotación no cesa, y en realidad
no tenemos respuesta. No cesa el ecocidio, y si somos veraces
respuesta no tenemos. Seguimos caminando por el sendero estrecho

3
Otro valor no existe que el amor,
podríamos decir con Imre Kertész

Otro valor no hay

Honrar a los muertos
y pelear a muerte por los vivos
–de la lectura de un Roy Scranton
podría sacarse este lema

Pero a la postre, amar: es cierto,
otro valor no hay

4
Tantas páginas, tantos
obsequios como en el juego del amigo
desconocido: escribo para conjurar la angustia
del fin de la aventura humana

5
Tal dos amantes se encaminan
hacia su desnudez entre la nieve, buscan palabras
que se puedan compartir como alimento, tantos matices,
tan delicados sabores, besar la nuca y las muñecas,
desenredar un tropo, somos seres de palabra dijo alguien:
palabras en busca de sentido y esa nieve que muy despacio va cubriendo
las huellas y a la postre
también el mismo sendero

No fundo do vale Jorge Riechmann morreu

"Mas a morte é... apenas uma palavra que se deixa para trás quando se ama. (...) Amar é ser o que se ama".
José Val del Omar em Fuego en Castilla

1
Quem ama -dizem que dizem as tradições árabes -
para si mesmo morre
e se não for recíproco
se não viver no seu ente querido que o ama
morre duas vezes

2
A exploração não acaba, e na realidade
não temos resposta. O ecocídio não tem fim e se formos verdadeiros, não temos resposta.
não temos nenhuma resposta. Continuamos a palmilhar o caminho estreito

3
Não há outro valor para além do amor,
poderíamos dizer como Imre Kertész
Não há outro valor
homenagear os mortos
e lutar até à morte pelos vivos
-d a leitura de um Roy Scranton
Poder-se-ia tirar este lema
Mas, no final, amar de verdade,
não há outro valor

4
Tantas páginas, tantos presentes como no jogo do amigo desconhecido
amigo desconhecido: escrevo para escorraçar a angústia
do fim da aventura humana

5
Tal como dois amantes caminham rumo à sua nudez através da neve intentando achar palavras que possam partilhar como alimento, tantas nuances,
Tantos subtis sabores, beijando a nuca e os pulsos,
desenredando um tropo, somos seres de palavras, disse alguém:
palavras em busca de significado e dessa neve que muito devagar as pegadas vai cobrindo e, no final
as pegadas e, no final
também o próprio caminho.

Tradução al português por Manuel Neto dos Santos, abril 2023

Outros Poetas por Santiago Aguaded...