Santiago Aguaded Landero

Poemas ibéricos

Santiago Aguaded Landero

Poemas ibéricos (44)
ANA ISABEL ALVEA

ANA ISABEL ALVEA SÁNCHEZ. Licenciada em Direito e em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de Granada (2008), Diploma em Estudos Avançados (DEA), Pós-graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada pela mesma Universidade (2011). Foi membro do conselho editorial da revista literária e artística www.ensentidofigurado.com durante vários anos. Crítico literário, professora de poesia e oficinas de criação literária e coordenador de clubes e reuniões de leitura desde 2009. Como laureada no concurso de poesia da Associação Cultural Myrtos, participou na antologia Arde en tus manos (2009) e em outras antologias. Ela foi a antóloga, juntamente com Jorge Díaz Martínez, de La vida por delante. Antologia de jovens poetas andaluzes (2012). Publicou as seguintes colecções de poesia: Interiores (2010), Hallarme yo en el mundo (2013), Púrpura de Cristal (2017), La pared del caracol (2020) -prémio XXXVI Certamen Poético Ángel Martínez Baigorri-. A sua colecção inédita de poemas Las ventanas del tiempo será publicada em Outubro. Está incluída no Circuito Literário Andaluz do Centro de Letras da Andaluzia desde 2012.

Blog: HALLARME YO EN EL MUNDO | Literatura y poesía (wordpress.com)


NISE*: EL CORAZÓN DE LA LOCURA

I

Van Gogh caminaba solitario por los campos
en busca de belleza.
Pincela con fervor su mirada del mundo
transmite con líneas y color su tormento
Munch libera la angustia de su grito
Anna Ajmátova resiste la represión
componiendo poemas en su mente
Primo Levi se mantiene en vida
                    recitando a Dante.

II

Una pacífica revolución
tendría lugar en el Hospital Pedro III
el proceso creativo de enfermos
                    de esquizofrenia.
El trabajo de Nise da Silveria
                    nos lo muestra:
el Arte puede salvarnos
                    y nos consuela.

I

Van Gogh caminhava sozinho pelos campos procurando a beleza.
Pinta fervorosamente a sua visão do mundo
Transmite com linhas e cores o seu tormento
Munch liberta a angústia do seu grito
Anna Akhmatova resiste à repressão
compondo poemas na sua mente
Primo Levi continua vivo
                    recitando Dante.

II

Uma revolução pacífica
teria lugar no Hospital Pedro III
O proceso criativo dos doentes de
                    esquizofrenia.
O trabalho de Nise da Silveria isso nos mostra:
A Arte pode salvar-nos
                    consolando-nos

* Ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Nise_da_Silveira


De La pared del Caracol ( 2020)
Premio del XXXV Certamen Poético Ángel Martínez Baigorri

LA ESTELA

Anhelo la levedad
de aquello que no fue
de todo lo que no
un vano ir y venir por escarpadas
que solo trae vértigo
          fragosa materia
          rescoldos mohecidos a destiempo
          maleza que nos daña.
Su espesura impide ver
                              la verdad:
único lugar de partida.

A ESTELA

Sinto saudades
daquele que não foi
de tudo o que não
um vão vai vem pelas arribas que traz somente a vertigem
          estrondosa matéria
          brasas bolorentas a contratempo
          ervas bravas que nos magoam.
A sua grossura impede que vejamos a
                              verdade:
O único lugar de partida.

De Las ventanas del tiempo, inédito


POZO

Curiosamente no está el pozo
donde nos dicen

amasar la materia del tiempo con ternura

vivir cerca del agua
río arroyo fuente
saber cuándo ser tierra cuándo fuego
enardecer el aire
la luz que nos promete el aire
acercarse lo más posible a su blancura
sentados juntos en la grama
la mirada en la espuma del cielo

lo difícil: cruzar un lodazal
recordando la costa diáfana
el marco azul intenso de su tarde

POÇO

Curiosamente não há o poço onde dizem haver

Tender a matéria do tempo com ternura

Viver ao rés da água
Rio regato fonte
Saber quando ser terra quando fogo
Altercar o vento
A luz que o vento nos promete
Chegar-se o mais próximo possível
À sua brancura
Sentados juntos na relva
O olhar na espuma do céu

O difícil: atravesar o lamaçal
lembrando a costa difusa
a moldura azul escuro da sua tarde

de Cuando susurran los cipreses, inédito

Tradução de Manuel Neto dos Santos, 2022