Poemas ibéricos
Santiago Aguaded Landero
Poemas ibéricos (39)
JOSÉ ANTONIO ÁVILA
Nascido em Aljucén (Badajoz), em 1953. Professor e doutor em Psicopedagogia, ensinou em diferentes níveis de ensino. Professor do MIDE na Faculdade de Educação da Universidade de Huelva. A sua obra cobre os campos pedagógico, de investigação e literário. Os seus livros de criação literária incluem "Destellos de Universo" (Club de Escritores Onubenses, 1984) e "A Ciudade Deseada" (Diputación de Huelva, 1992). Os poemas aqui apresentados pertencem ao seu último livro "A cidade sitiada" (Al-Bakri, 2020), escrito a quatro mãos com SAL, no qual ele explora a poesia do espaço, seguindo a poesia urbana que o caracteriza.
EN LOS
JARDINES DE QUELUZ
CUANDO
te repongas de tus males nos
llamamos.
Mientras tanto yo
me limitaré a contemplar con
Neptuno
los jardines desde
este ventanal.
Esa sonrisa
tuya no la marcan las aves de
primavera
pues desde la
juventud de este otoño siempre
floreció.
Este vaivén en las
calles de la ciudad elegida
no es más que otro encuentro con
la alquimia,
entrecruzar
laminillas de oro con acres
líquidos
para conseguir
aleaciones aún no descubiertas.
Nunca olvides aquella frase
que escribimos en las hojas
de los árboles del acantilado:
sobre las ruinas de tantos
castillos
se construyeron
hermosos palacios.
NOS JARDINS DE
QUELUZ
Quando te
recuperares dos teus males,
ligamo-nos.
Entretanto limitar-me-ei a
contemplar com Neptuno
os
jardins a partir desta janela.
Esse teu sorriso não é
marcado pelas aves primaveris
Pois desde a juventude deste
Outono sempre floresceu.
Este
vai-vem nas ruas da cidade
escolhida
nada mais é do que
mais um encontro com a alquimia,
entrelaçamento de flocos de ouro
com acres líquidos
para
conseguir ligas ainda não
descobertas.
Nunca esqueças
aquela frase
que escrevemos
nas folhas
das árvores nas
falésias:
sobre as ruínas de
tantos castelos
foram
construídos belos palácios.
Y DE
NUEVO CEDO ANTE TU (PR)ESENCIA
E MAIS UMA VEZ CEDO À TUA
(PR)ESSÊNCIA
PORQUE está
enlazado el tiempo a su
significado,
como el
pensamiento a la palabra,
agito este murmullo en el
silencio de la noche,
para
que todos lo escuchen,
para
que retumbe en las esquinas
de cualquier cruce de calles.
Ya no existe hegemonía entre luz
y sombras
y, por ello, se han
dispersado
tanto las
estaciones
como los insectos
que liban trémulos por doquier,
como si todo se fuera a acabar
en un instante…
y al final
eres tú… y soy yo…
los que no
encontramos el significado
de
este tiempo que se contradice…
pues en el arco de la vida
su cúspide anuncia el declive
Porque o
tempo está ligado ao seu
significado,
como o
pensamento à palavra,
Agito
este murmúrio no silêncio da
noite,
para que todos ouçam,
para que ressoe nos cantos
de
qualquer encruzilhada.
Já não
há mais hegemonia entre a luz e
as sombras
e, por esta razão,
dispersaram-se
tanto as
estações
como os insectos que
sugam trémulos por toda a parte
como se tudo acabasse num
instante...
e, no final, és
tu... e sou eu...
aqueles que
não encontram o significado
deste tempo que se contradiz...
pois no arco da vida
o seu
pico anuncia o seu declínio
DONCELLAS DEL PARAGUAS
AS RAPARIGAS DO GUARDA-CHUVAS
A tajo el vuelo sobre la ciudad.
La subida por las angostas
calles
es la guarida de la
araña
tejida para aguardar la
fortaleza.
A sus pies la
torre renacentista,
vigía del
puerto,
faro para navegantes.
Ensoñación:
Lluvia en el
paseo del arco de entrada a la
ciudad.
Bajo el paraguas las
dos doncellas llevan en volandas
al joven.
Este es el día en
que serán cubiertas por las
sedas de la noche,
Este es el
día señalado para que el
adolescente descubra la soledad.
Este es el día escogido en el
que despertarán sus primeras
luces
envueltas en el
regocijo de un día soleado
frente al mar.
Mediodía
Manuelino,
no dejo de pensar
en los cincelados de las
columnas.
Dime el nombre de
los artistas que la esculpieron,
no te los reserves.
Cortei o vôo
sobre a cidade.
A subida
pelas ruas estreitas
é o
covil da aranha
tecido para
esperar a força.
Aos seus
pés, a torre renascentista,
vigia do porto,
farol para
navegantes.
Sonhando
acordado:
Chuva na passagem
da entrada em arco da cidade.
Sob o guarda-chuva, as duas
donzelas carregam o jovem no
vôo.
Este é o dia em que
serão cobertas pelas sedas da
noite,
Este é o dia marcado
para que o adolescente descubra
a solidão.
Este é o dia
escolhido em que as suas
primeiras luzes vão despertar
envoltas na alegria de um dia de
sol em frente ao mar.
Meio-dia manuelino,
não
consigo parar de pensar nas
colunas cinzeladas.
Diz-me o
nome dos artistas que as
esculpiram,
não os reserve.
Obrigadíssimo a Neuza
Tomé
pela tradução para o
português, março 2022
- n.37 • junho 2022