José Maria de Oliveira

Letras e Traços

José Maria de Oliveira

SONATA PARA UMA TARDE DE PRIMAVERA
em que as flores fugidas da Ucrânia vieram brincar comigo, no sótão da minha solidão…

Serenamente no lago encantado dos meus sonhos,
a obsessão do ser,
solta a asa agrilhoada e voooooooooooooooooaaaaaaaaaaaaaaa….
sabe-se lá para onde…
sabe se lá porquê…
Serenamente, o céu azul da minha vida
liberta os braços…
sabe-se la para quem…
sabe-se lá se a alguém…
No meu horizontes nem rostos
nem cubos de cimento
nem sóis postos…
nem folhagem em desalinho
que cante a ventania…
Serenamente os meus lábios
tocam a taça da vida
e sorrio por saber que o AMOR
sempre lá esteve..
feito flor
feito abraço
rasgando o tempo
que vive em mim,
sem pressa,
na convergência das palavras
transbordadas da alma…
Hoje os ponteiros do tempo
viram na rosa dos ventos:
o ponto de encontro
de todas as madrugadas.
Não há entardecer na minha tarde…
não há folhas caídas no meu outono…
Abandonei a clepsidra e perdi
os becos e o bocejo das coisas ditas “mortas”.
Serenamente em mim
eu (um pouco desse nada a que chamamos vida)
sempre inteira por “dentro e por fora”
um só bafo do TODO
a quem, por descuido, poderei chamar deus,
(palavra tão usada que deixou de ser maiúscula)
ou amor,
tanto faz…
É minha, ainda, a TAÇA!
Sou eu que sirvo o Vinho!
o BANQUETE continua!!!