Fábio d'Abadia de Sousa

Memórias do Futuro

Fábio d'Abadia de Sousa

Precisamos falar mais sobre a morte

Para a ciência, a morte encerra completamente a existência de um ser humano. E não há mais o que se discutir sobre o assunto! Mas, para o restante da humanidade, desde as primeiras civilizações que já existiram, a morte é apenas o começo de uma outra ou várias outras existências! E a internet, que tantas revoluções nos trouxe, também começa a ampliar discussões sobre a morte fora das orientações convencionais das religiões e, principalmente, longe da fria objetividade da academia e da imparcialidade dos cientistas.

Se, para a ciência, ninguém voltou da morte para provar que há algo depois da falência dos órgãos humanos que possibilitam a vida, para alguns grupos de pessoas espalhados pelos quatro quantos do mundo e unidos pelas publicações em páginas da internet, o retorno do mundo dos mortos é algo talvez um tanto corriqueiro. Estamos a falar das Experiências de Quase Morte, conhecidas no Brasil pela sigla EQM (Experiências de Quase Morte) e, no mundo de língua inglesa, chamadas de NDE (Near Death Experiences). Trata-se de relatos de pessoas que afirmam que, enquanto desacordadas ou em estado de coma, teriam morrido por alguns instantes, horas, dias e até meses, mas que, ao recobrarem a consciência, lembrariam de experiências que supostamente teriam vivido enquanto jaziam inconscientes.

Acho impossível não se impressionar com alguns desses relatos. Em um deles, uma paciente terminal, vítima de um câncer que se espalhou por todo o seu corpo, narra que, enquanto a família era convocada ao hospital para despedir-se dela pela última vez (acho que não há redundância aqui), ela entrou em estado de coma e, durante este período, ela conta que foi levada a uma outra dimensão, na qual teve acesso a entidades de luz que fizeram com que ela refletisse sobre o que a levou à doença que a matava. Um dos motivos, segundo ela, foi a quase total falta de amor próprio o que a arrastou para o seu fim sofrido. Mas, ao conversar com entidades de luz e alguns parentes já falecidos, ela entendeu que poderia voltar à vida e fazer tudo diferente. Então, ela acordou do coma e o câncer que ceifava a sua existência passou a regredir de maneira inexplicável e, em poucas semanas, ela se recuperou completamente. E, então, passou a viver uma vida sem medo e com muito amor para si própria e para as outras pessoas que a cercavam. A questão do medo também foi muito enfatizada por ela. Quem vive cheio de temores, segundo ela, jamais conseguirá usufruir plenamente da sua existência. Eu optei por não colocar o nome de pessoas, mas sugiro que alguém que tenha interesse em conhecer mais sobre o assunto apenas vá ao Google e digite as siglas aqui citadas. Os nomes estão todos lá. A maioria dos relatos está em língua inglesa, mas há alguns canais sobre o assunto em língua portuguesa também.

Os relatos de experiências de quase morte têm muito em comum. A maioria fala de contatos com seres de muita luz ou com parentes já falecidos, de conversas telepáticas, de experimentações de toda a existência vivida (espécie de filme da vida), de cores e sons não existentes na Terra, e de uma sensação de recebimento de afeto, amor e acolhimento impossíveis de serem na vida como a conhecemos. Sabemos que, muitas vezes, as nossas emoções e sensações são intensificadas em nossos sonhos. Mas as pessoas que relatam situações de quase morte não admitem que o que experimentaram foram apenas sonhos, pois, segundo elas, é algo “real, nítido e claro demais” para ser algo simplesmente onírico. Essas pessoas também falam que as EQMs modificam completamente suas vidas quando retornam para as suas rotinas. Algumas dizem que ficam mais religiosas, outras se tornam mais sensíveis ao sofrimento dos outros, inclusive animais, e a maioria afirma perder completamente o medo da morte, pois o que parece macabro para a maioria da humanidade, para os experimentadores de EQM, é motivo de regozijo. Para eles, a ideia assustadora de morte, como uma espécie aniquilamento total da existência, desaparece. Eles afirmam que ninguém morre e que apenas voltamos para casa e para a nossa essência e que ela pode ser plena e sem sofrimentos, desde que aprendamos as lições que a vida terrena proporciona. Quem não aprendeu, poderá ter outra oportunidade ao reencarnar e voltar em outro corpo diferente, mas com as mesmas e novas lições a serem cumpridas.

Neste sentido, as EQMs parecem confirmar o que a maioria das religiões apregoam sobre o que seria o pós-vida, principalmente a doutrina espírita. Então, será que as religiões estariam certas? Só vamos saber quando morrermos! Ou, para quem tiver o privilégio, quando vivenciarmos uma experiência de quase morte! Se vivenciarmos! Eu não tive esta sorte ainda! E nem sei se gostaria de ter! Mas sinto fortemente, do fundo do meu ser, assim como a maioria da humanidade, que parece haver uma continuação após a morte! Os cientistas e acadêmicos discordam! Eu não incluí aqui os assumidamente ateus e agnósticos convictos, porque, na minha opinião, são as pessoas mais espiritualizadas que conheço! Para mim, o que os cientistas pensam da morte pouco importa! Há tantos fatos que a ciência não sabe explicar! Estamos envoltos em tantos mistérios! A própria vida, que é algo palpável, a ciência não sabe explicar! Como vai saber explicar a morte!