
A razão por meio da ciência
Fabiano Agrela Rodrigues
A barreira hemato-encefálica
- Partilhar 19/07/2022
Embora o estudo do nosso cérebro tenha tido
grandes avanços nas últimas décadas ainda há
muito que se desconhece. Cientistas por todo
o mundo tentam diariamente descobrir os seus
segredos não só para um melhor conhecimento,
mas para achar tratamento para inúmeras
doenças do foro mental.
Juntamente com
os neurónios, o cérebro encerra outra classe
de células chamada glia. Existem até 10 a 50
vezes mais células gliais do que os
neurónios no sistema nervoso central. Este
tipo de células atuam sempre que existe uma
lesão, infeção ou doença. Ou seja, funcionam
como um ponto-socorro do nosso organismo
sempre que necessário, no entanto, os
cientistas conhecem menos sobre as funções
das células gliais do que sabem sobre as
funções dos neurónios. As células gliais
cumprem uma variedade de funções
indispensáveis.
A barreira
hemato-encefálica protege os neurónios e as
células gliais do cérebro de substâncias que
os possam afectar. As células endoteliais
que formam os capilares e as vênulas tornam
esta barreira, formando junções estanques e
impermeáveis.
A maioria das drogas não
entra no cérebro. Apenas as drogas solúveis
em gordura podem penetrar na barreira
hemato-encefálica. Estes incluem drogas de
abuso bem como drogas que tratam doenças
mentais e neurológicas.
A barreira
hemato-encefálica é importante para manter o
ambiente dos neurónios no cérebro, mas
também apresenta desafios para os cientistas
que estão a investigar novos tratamentos
para as doenças cerebrais. Se um medicamento
não conseguir entrar no cérebro, não pode
ser eficaz. Os investigadores tentam
contornar os problemas de diferentes
maneiras tentando que as terapêuticas que
apresentam sejam passíveis de passar esta
barreira ou abri-la de alguma forma.
- n.38 • julho 2022