Fabiano de Abreu

A razão por meio da ciência

Fabiano Agrela Rodrigues

A barreira hemato-encefálica

Embora o estudo do nosso cérebro tenha tido grandes avanços nas últimas décadas ainda há muito que se desconhece. Cientistas por todo o mundo tentam diariamente descobrir os seus segredos não só para um melhor conhecimento, mas para achar tratamento para inúmeras doenças do foro mental.
Juntamente com os neurónios, o cérebro encerra outra classe de células chamada glia. Existem até 10 a 50 vezes mais células gliais do que os neurónios no sistema nervoso central. Este tipo de células atuam sempre que existe uma lesão, infeção ou doença. Ou seja, funcionam como um ponto-socorro do nosso organismo sempre que necessário, no entanto, os cientistas conhecem menos sobre as funções das células gliais do que sabem sobre as funções dos neurónios. As células gliais cumprem uma variedade de funções indispensáveis.

A barreira hemato-encefálica protege os neurónios e as células gliais do cérebro de substâncias que os possam afectar. As células endoteliais que formam os capilares e as vênulas tornam esta barreira, formando junções estanques e impermeáveis.
A maioria das drogas não entra no cérebro. Apenas as drogas solúveis em gordura podem penetrar na barreira hemato-encefálica. Estes incluem drogas de abuso bem como drogas que tratam doenças mentais e neurológicas.
A barreira hemato-encefálica é importante para manter o ambiente dos neurónios no cérebro, mas também apresenta desafios para os cientistas que estão a investigar novos tratamentos para as doenças cerebrais. Se um medicamento não conseguir entrar no cérebro, não pode ser eficaz. Os investigadores tentam contornar os problemas de diferentes maneiras tentando que as terapêuticas que apresentam sejam passíveis de passar esta barreira ou abri-la de alguma forma.