Fernando Vieira

à Deriva

Fernando Vieira

Operacionalizar é preciso!

Mais um ano chegado, as mesmas preocupações, e o Algarve entrando numa espiral de 365 dias que não se afiguram propriamente auspiciosos. Para variar.

Dispensando-me de fazer o balanço do ano findo, por não ter dados nem veleidade para isso, também prescindirei de traçar cenários futuristas, tal a inconstância das coisas e até porque não possuo qualquer dom divinatório.

Em todo o caso, e pela relevância de que se reveste esta ferramenta, atrever-me-ei a tecer alguns considerandos sobre o que poderá (ou não) suceder nos próximos 12 meses a partir do Programa Operacional Regional do Algarve, que aumentou a execução em 15,3 pontos percentuais no ano transato, transferindo preciosos 48,7 milhões de euros de fundos comunitários para a economia sulina.

Começo, pois, por desejar que esse animador resultado não se retraia, até porque 2021 foi o melhor ano de execução desde o início do Quadro Financeiro Plurianual, iniciado em 2014. Isso merece um brinde.

Sublinho, particularmente, o reforço do investimento empresarial em inovação produtiva, no emprego qualificado, em reabilitação urbana, património e equipamentos culturais, capacitação e modernização administrativa, eixos que no final de 2021 atingiram uma taxa de execução superior a 60% sobre o programado para o período 2014-2020, tal como um significativo aumento do investimento na ciência e investigação.

Como a autoridade de gestão do Programa Operacional Regional tem como meta elevar este ano a taxa de execução em mais 20 a 22 pontos percentuais, com  o objetivo de atingir 78 a 80 por cento de taxa de execução no final de 2022, aumentando a sua eficiência e reforçando o investimento em inovação produtiva e competitividade, educação, infraestruturas escolares e cultura, ciência e inovação, emprego, empreendedorismo e inovação social, mobilidade suave, eficiência energética e energias renováveis, só poderei estar esperançoso e torcer para que assim seja.

Tomara nós que, em complemento, ambiciosos projetos (ainda e sempre na gaveta) comecem a ver, por fim, a luz do dia, nomeadamente na área dos transportes, com a modernização da linha ferroviária que liga barlavento a sotavento à cabeça, sem esquecer a ampliação do porto de cruzeiros de Portimão, entre tantos e tantos adiamentos que continuam a inibir o presente e a comprometer o futuro do Algarve e dos algarvios.