à Deriva
Fernando Vieira
Operacionalizar é preciso!
- Partilhar 05/01/2022
Mais um ano chegado, as
mesmas preocupações, e o Algarve entrando numa
espiral de 365 dias que não se afiguram propriamente
auspiciosos. Para variar.
Dispensando-me de
fazer o balanço do ano findo, por não ter dados nem
veleidade para isso, também prescindirei de traçar
cenários futuristas, tal a inconstância das coisas e
até porque não possuo qualquer dom divinatório.
Em todo o caso, e pela relevância de que se
reveste esta ferramenta, atrever-me-ei a tecer
alguns considerandos sobre o que poderá (ou não)
suceder nos próximos 12 meses a partir do Programa
Operacional Regional do Algarve, que aumentou a
execução em 15,3 pontos percentuais no ano transato,
transferindo preciosos 48,7 milhões de euros de
fundos comunitários para a economia sulina.
Começo, pois, por desejar que esse animador
resultado não se retraia, até porque 2021 foi o
melhor ano de execução desde o início do Quadro
Financeiro Plurianual, iniciado em 2014. Isso merece
um brinde.
Sublinho, particularmente, o
reforço do investimento empresarial em inovação
produtiva, no emprego qualificado, em reabilitação
urbana, património e equipamentos culturais,
capacitação e modernização administrativa, eixos que
no final de 2021 atingiram uma taxa de execução
superior a 60% sobre o programado para o período
2014-2020, tal como um significativo aumento do
investimento na ciência e investigação.
Como
a autoridade de gestão do Programa Operacional
Regional tem como meta elevar este ano a taxa de
execução em mais 20 a 22 pontos percentuais, com
o objetivo de atingir 78 a 80 por cento de taxa de
execução no final de 2022, aumentando a sua
eficiência e reforçando o investimento em inovação
produtiva e competitividade, educação,
infraestruturas escolares e cultura, ciência e
inovação, emprego, empreendedorismo e inovação
social, mobilidade suave, eficiência energética e
energias renováveis, só poderei estar esperançoso e
torcer para que assim seja.
Tomara nós que,
em complemento, ambiciosos projetos (ainda e sempre
na gaveta) comecem a ver, por fim, a luz do dia,
nomeadamente na área dos transportes, com a
modernização da linha ferroviária que liga
barlavento a sotavento à cabeça, sem esquecer a
ampliação do porto de cruzeiros de Portimão, entre
tantos e tantos adiamentos que continuam a inibir o
presente e a comprometer o futuro do Algarve e dos
algarvios.
- n.32 • janeiro 2022