Fernando Vieira

à Deriva

Fernando Vieira

Líder turístico na formação

O anúncio oficial de abertura, a tempo do início da próxima temporada letiva 2022/2023, das novas instalações da Escola de Hotelaria e Turismo de Portimão, a funcionar na antiga cadeia da cidade, inspira-me uma breve reflexão sobre a extrema importância da formação profissional para o principal setor económico da região algarvia.

Na verdade, enche-nos de orgulho qualquer notícia sobre as distinções que o turismo do Algarve costuma receber, e que não são poucas nem irrelevantes, muito antes pelo contrário. Espero não ser abusivo ao incluir-vos neste grupo…

Das melhores unidades hoteleiras às melhores praias e aos melhores campos de golfe, culminando no melhor destino turístico a nível mundial, o Algarve tem sabido merecer as mais altas honrarias, fruto das suas condições naturais, mas sobretudo de estratégias promocionais bem-sucedidas.

O surto pandémico que colocou as nossas vidas de pantanas foi dramático para os empresários do setor e, por tabela, para os seus colaboradores (e respetivas famílias), que vivem exclusivamente desta atividade, infelizmente ainda demasiado sazonal.

Mais uma vez se provou e comprovou como a quase total dependência da indústria turística fragiliza a sociedade algarvia, tanto a montante como a jusante, se bem que este ano já se esteja notando uma tímida tendência de crescimento, rumo aos fantásticos números de 2019.

Há muito se requerem alternativas viáveis e consistentes, que tardam em ser desbravadas. Neste âmbito, urge o investimento privado, devidamente suportado por incentivos públicos. Mas isso são contas de outro rosário.

Esta apressada crónica centra-se essencialmente, repito, na formação profissional, pois se ambicionamos um turismo de qualidade e atraente, capaz de resistir às agruras conjunturais e aos caprichos do mercado, deveremos pugnar por recursos humanos capacitados para desenvolver as suas tarefas de acordo com os mais exigentes padrões.

Tenho cá para mim que, quanto mais investirmos na qualificação profissional, maior será a nossa competitividade em termos de destino turístico, neste mercado tão competitivo.

Vou ainda mais longe e, para além dos jovens formandos que desejam apostar o seu futuro na vertente turística, defendo que essa mesma formação também deverá ser facultada – ao longo da vida – a trabalhadores já inseridos no mercado, não esquecendo os empresários, porque é primordial regenerar o setor, acompanhando as ideias que agitam o turismo à escala global e, com isso, incutindo-lhe lufadas de ar fresco.

Para além de todos os prémios internacionais, que bom será se o Algarve também for reconhecido como o melhor destino turístico do mundo a capacitar pessoas e a formá-las, criando mesmo – por que não?... – condições para recebermos formandos de outros países.

>