Paulo Falcão Alves

Vaguear na Maionese

Paulo Falcão Alves

VIAGEM SEM RUMO

Hoje é o último dia de campanha eleitoral e o povo português prepara-se para eleger o seu novo Presidente da República – e diga-se, a escolha não está fácil! Não para quem vai ganhar, já todos sabemos que o Marcelo vai ser reeleito, mas sim para que irá ocupar o restante “poleiro”.

Infelizmente, independentemente de quem ganhe estas eleições, uma coisa ficou clara aos olhos dos portugueses – a fraca capacidade intelectual dos nossos políticos em todos os quadrantes ideológicos. Dos debates que tive oportunidade de assistir, pouco ou nada se falou de Portugal ou do seu futuro, apenas “intriguices” de vão-de-escada. Não ouvi falar da pandemia nem de políticas para a combater – não era isso que todos gostaríamos de ouvir, neste momento, de um candidato à Presidência da República?

Pelo contrário, não ouvimos falar de nada, pois falar de nada parece que é a única coisa que a maioria destes políticos sabe fazer – e bem!!! Nem o facto de alguns terem estado em Bruxelas a conviver com a nata política da Europa os ajudou. Pelos vistos, a única coisa que aprenderam foi a vestirem-se melhor e a falarem com mais acutilância, quanto ao resto, enfim…apenas chegou para borratar lábios com um qualquer batom vermelho.

Infelizmente este fenómeno tende a piorar com o tempo. A falta de competência intelectual dos nossos políticos é gritante, agora ainda mais visível face à sua incapacidade de gerir situações que requerem competências sem “filtros” e decisões atempadas, fruto de uma máquina partidária que nunca se preocupou com qualificação dos seus pares. Como costuma referir um amigo meu – na política só é preciso ter QI (Quem Indica).

E assim vai o nosso país, com um sistema político desgastado e uma classe política agarrada ao poder há demasiado tempo, legitimada por um povo brando, obediente e desinteressado, pouco se importando se o barco vira para a esquerda ou direita, pois sabem que quer de um lado, quer do outro, a resposta aos seus problemas será sempre a mesma.

Por fim, e para ajudar à “festa”, lá vamos nós para mais um confinamento, imposto sem qualquer fundamentação científica, com regras que vão sendo aplicadas ao som dos gritos do povo enquanto o barco se prepara para zarpar em mais uma viagem sem rumo.