Vaguear na Maionese
Paulo Falcão Alves
VIAGEM SEM RUMO
- Partilhar 22/01/2021
Hoje é o último dia
de campanha eleitoral e o povo português
prepara-se para eleger o seu novo Presidente
da República – e diga-se, a escolha não está
fácil! Não para quem vai ganhar, já todos
sabemos que o Marcelo vai ser reeleito, mas
sim para que irá ocupar o restante
“poleiro”.
Infelizmente,
independentemente de quem ganhe estas
eleições, uma coisa ficou clara aos olhos
dos portugueses – a fraca capacidade
intelectual dos nossos políticos em todos os
quadrantes ideológicos. Dos debates que tive
oportunidade de assistir, pouco ou nada se
falou de Portugal ou do seu futuro, apenas
“intriguices” de
vão-de-escada.
Não ouvi falar da pandemia nem de políticas
para a combater – não era isso que todos
gostaríamos de ouvir, neste momento, de um
candidato à Presidência da República?
Pelo contrário,
não ouvimos falar de nada, pois falar de
nada parece que é a única coisa que a
maioria destes políticos sabe fazer – e
bem!!! Nem o facto de alguns terem estado em
Bruxelas a conviver com a
nata
política da Europa
os ajudou. Pelos vistos, a única coisa que
aprenderam foi a vestirem-se melhor e a
falarem com mais acutilância, quanto ao
resto, enfim…apenas chegou para borratar
lábios com um qualquer batom vermelho.
Infelizmente este
fenómeno tende a piorar com o tempo. A falta
de competência intelectual dos nossos
políticos é gritante, agora ainda mais
visível face à sua incapacidade de gerir
situações que requerem competências sem
“filtros” e decisões atempadas, fruto de uma
máquina partidária que nunca se preocupou
com qualificação dos seus pares. Como
costuma referir um amigo meu – na política
só é preciso ter QI (Quem Indica).
E assim vai o nosso
país, com um sistema político desgastado e
uma classe política agarrada ao poder há
demasiado tempo, legitimada por um povo
brando, obediente e desinteressado, pouco se
importando se o barco vira para a esquerda
ou direita, pois sabem que quer de um lado,
quer do outro, a resposta aos seus problemas
será sempre a mesma.
Por fim, e para ajudar à “festa”, lá vamos nós para mais um confinamento, imposto sem qualquer fundamentação científica, com regras que vão sendo aplicadas ao som dos gritos do povo enquanto o barco se prepara para zarpar em mais uma viagem sem rumo.
- n.20• janeiro 2021