Paulo Falcão Alves

Vaguear na Maionese

Paulo Falcão Alves

(DES)GOVERNO

Costumo comparar o governo de um país a uma família pois em ambas estruturas existe quem governa e quem é governado. No caso da família, o pai e a mãe têm o dever e a preocupação em promover o futuro dos seus filhos através da educação e dos valores que lhes vão transmitindo ao longo da vida como a justiça, a honra, a honestidade, entre outros. No caso dos governos, os dirigentes têm a responsabilidade de garantir o bem-estar dos cidadãos através das suas políticas em áreas como a educação, cultura, justiça, saúde, etc.

Ora, se tivéssemos que descrever uma família à imagem do nosso governo, teríamos a imagem de uma família disfuncional, mal governada, com os pais a viverem de subsídios e a gastarem todo o seu dinheiro sem se preocuparem com a educação, futuro e bem-estar dos seus filhos, revelando uma incapacidade e imaturidade “intelectual” inconcebível.

Entretanto, Portugal está prestes a receber uma elevada quantia de dinheiro da Europa, diga-se 13 mil milhões de euros a fundo perdido, contudo, em vez de aproveitarmos este apoio financeiro para aplicar em políticas estruturais como a reforma do nosso sistema judicial, ou na melhoria do nosso sistema de saúde e educação, iremos direcionar esse dinheiro para subsídios pontuais, efémeros, que um dia irão acabar, deixando tudo da mesma forma que estava antes – a realidade de um país à deriva, habituado a governar à vista!

Penso que a única solução passará pela intervenção “direta” daqueles que governam a Europa e que em breve tomarão o leme do nosso barco, tornando-se parte ativa do nosso sistema legislativo, executivo e judicial, acabando de vez com a nossa identidade, com as nossas tradições – o preço a pagar pelo nosso total (des)governo.