Por Ondas do Mar de Vigo
Myriam Jubilot de Carvalho
As Mulheres e o Silêncio
- Partilhar 22/05/2021
“Para cada homem, há sete mulheres e meia” – dito popular
1.
A sociedade
monogâmica europeia vem da tradição romana.
No entanto, nem por isso os Romanos
demonstravam maior respeito pelas Mulheres,
pois acontecia que jogassem as esposas aos
dados, ou trocassem de consorte entre
amigos, por tempo indeterminado.
No mundo visigótico
não era assim. Os Visigodos eram polígamos.
Pelo menos, nas classes altas. Era
necessário garantir a transmissão da
linhagem, e das heranças, nessa época em que
a mortalidade infantil era elevada.
No Islamismo, o
Profeta Maomé manteve a poligamia, como
forma de garantir a subsistência e o
estatuto das mulheres. Em caso de viuvez, o
irmão do defunto deveria casar com a viúva,
não por “abuso de poder”, mas sim para lhe
garantir abrigo e dignidade.
Obviamente, nessas
épocas recuadas, a Mulher não tinha os
mesmos direitos que o Homem, e quer no
casamento polígamo, quer no casamento
monógamo, a Mulher era propriedade do Homem
a quem devia manter-se humildemente submissa
e sempre eternamente grata. Até porque num
mundo de severa divisão do trabalho, à
Mulher de qualquer estrato da sociedade
estava reservada a salvaguarda do gineceu.
De qualquer modo,
vemos que a instituição do casamento
polígamo não era como vulgarmente se diz,
uma instituição bárbara e lasciva, mas uma
forma considerada viável de garantia de uma
sociedade digna...
Um dia, um jornalista
ocidental perguntou à princesa indiana
Gayatri Devi (1919-2009), educada em
Inglaterra, e que tanto fez pela elevação do
nível educacional das Mulheres indianas
criando escolas para meninas, como é que uma
“mulher educada no Ocidente” se permitira
casar em regime de poligamia. E a sua
resposta foi simples, directa e eloquente:
—
2.
Na realidade, as
estatísticas mundiais dizem que o número
humano de machos e de fêmeas é bastante
equilibrado: aproximadamente 1,01 homem para
1 mulher.
3.
—
Só encontro uma
resposta:
—
É por isso que uma
das principais medidas a que se lança mão
quando se quer levantar o nível da
consciência individual e social da mulher, é
fomentar a Educação!
Educação igual para
todos
Os meus votos, hoje,
dia 8 de Março de 2021, é que a Educação
chegue a todas as Mulheres do Mundo, e que
ela seja o instrumento, a alavanca que faça
subir a sua consciência dos seus Direitos e
da sua Dignidade!
- n.24 • maio 2021