Fernando Vieira

à Deriva

Fernando Vieira

Em aceleração

Numa região excessivamente dependente da indústria turística nas suas mais diversas vertentes, ganha importância acrescida a abertura da nova temporada do Mundial de MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve, pois pela primeira vez a prova rainha do desporto motorizado não começará no Qatar.

E o que isto tem de relevante?, perguntam vocês. ‘Pouca coisa’, respondo eu: apenas e só uma efervescência de visitantes incomum nesta época do ano, pois o Autódromo Internacional do Algarve, localizado na freguesia da Mexilhoeira Grande, está a ser um ponto de encontro de fãs das motos, atraindo por estas semanas alguns milhares de pessoas, oriundos das sete partidas, para assistirem aos treinos e testes de marcas e pilotos que aqui assentaram arraiais, sendo esperados cerca de 180 mil espetadores no dia da corrida propriamente dita, 26 de março.

A concretizar-se as expetativas da organização, isso representará o maior evento desportivo pago jamais realizado em Portugal, juntando os melhores protagonistas da modalidade e as escuderias de referência. ‘Nada de mais’, portanto.

Acresce o mediatismo inerente ao circo do MotoGP, com a presença na região de centenas de jornalistas e órgãos de comunicação social, cujo apogeu será a transmissão em direto da prova para todos os cantos e recantos do planeta e mais além.

Tudo junto, teremos em perspetiva uma mega visibilidade internacional e um apreciável – e sempre bem-vindo - impacto económico, tanto direta como indiretamente, ainda por cima em plena época baixa.

Segundo as previsões climatéricas, até o tempo primaveril que se espera para a última semana de março vai ajudar à festa, que poderá mesmo roçar a perfeição, caso o piloto autóctone Miguel Oliveira repita a proeza de 2020 e vença a prova de Portimão.

Sendo assim, a primeira das 21 rondas do MotoGP 2023 tem tudo para não deixar o Algarve mal visto e, como tal, trazer uma lufada de ar fresco à paupérrima economia regional, tão turisticamente subordinada.

Que não caia em saco roto.

...mais textos de Fernando Vieira