António Marçal Grilo

Estórias da História

António Marçal Grilo

A Conquista do Algarve pela coroa portuguesa – D. Afonso III de Portugal

Com a hoste real concentrada em Aljustrel, peonagem dos concelhos, cavaleiros prestameiros, de uma só lança, algumas mesnadas de ricos-homens com os seus cavaleiros e outros homens de armas conjuntamente com a cavalaria das Ordens de Santiago e Calatrava, parte Afonso III em marcha para oeste do Algarve com uma estratégia pessoal muito bem definida, com propósitos especiais muito pessoais tendo como objetivos o aumento das terras conquistadas e a preservação dos grandes centros populacionais, tendo em conta os meios já existente, como da sua população, vitais à economia dos recursos estratégicos dos territórios do Reino.

Afonso III inteligente e perspicaz precisava da incorporação das gentes e tinha uma necessidade absoluta de que as cidades conquistadas fossem incorporadas no Reino, intactas para que cumprissem os objetivos que ele próprio tinha delineado - aumento da riqueza do reino, e população suficiente para o povoamento e arroteamento desses territórios. Cidades conquistadas e destruídas, populações massacradas de nada lhe serviriam e seriam um sorvedor de despesas e homens para repor a normalidade.

A 9 de Março os mouros, colhidos de improviso pelo ataque, cedem sem combate à hoste real que foi conquistada de uma forma muito peculiar (1).

O cerco de Faro demorou alguns dias, e Paio Peres Grão-mestre da ordem de Santiago tencionava um choque brutal, tinha prometido aos seus homens de armas todo o saque da cidade, e dos seus tesouros, a violação das lindas donzelas, matar as gentes, inimigas da Fé de Cristo. Afonso III de Portugal era de todo contra esta violência e que punham em causa a sua própria estratégia e a sua pretensão pela salvaguarda da cidade e das suas gentes objetivos máximos para a boa administração do Reino. Neste interregno do cerco de Faro, Afonso III Portugal desaparece nada se sabendo do seu paradeiro. As tropas de cerco furiosas interrogam-se sobre o paradeiro do Rei de Portugal e temendo pela sua vida acolhem-se a uma das portas de Faro atacando-a, incendeiam-na com fogueiras e fazem os preparativos para o ataque à cidade. É neste momento que Afonso III surge numa das torres continua à porta com as chaves da cidade proclamando-a como sua, que havia efetuado um acordo em que todos podiam entrar na cidade mas que não se podia fazer mal a ninguém, que tinha ficado acordado que o tributo que era pago ao Rei de Marrocos seria pago a Portugal e que os nobres muçulmanos continuariam a ser nobres na corte de El-Rei D. Afonso III de Portugal. .

(1) José Hermano Saraiva. Extrato de documentário – A Alma e a Gente RTP 2003