Afonso Dias

reflexões in verso

Afonso Dias

trava línguas sanitário

trava línguas sanitário

vêm no vento venenoso
crestados coiros curtidos
brando bando de abetardas
a alisar lisos alísios
em azáfama as azêmolas
de azia azeda azoadas
cargas carregam custosas
mas curvam costas corteses
em vénias de viés viscosas

arre corre cabra crebra
ralha a velha e ajoelha
ao altivo altar que alteia
a fé que febril se finca
na devida devoção
e anciosa a anciã
tonta bronca atarantada
tontices tartamudeia

catequisa o catecismo
administrativado
e leis leais  lerdas  ledas
levitam leves ao largo
parvas patranhas pategas
sem semelharem semente
vereadeia o vereador
do encargo encarregado

incham bichas tou lixado
bichos no bucho estrebucham
nemátodos ascarídeos
ditas lombrigas que à bruta
me desarrumam  a alma
intempera-se-me o intestino
- salva  sanita  saneia
que a tripa do tipo trippa
resolve e devolve a calma

23.10.2021

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