António Marçal Grilo

Estórias da História

António Marçal Grilo

Conclusão da conquista do Algarve – D. Afonso III de Portugal

Em fins de março de 1249, os freires das ordens, nomeadamente Gonçalo Magro, Comendador-Mor dos Espatários em Portugal avançam e conquistam Albufeira, Porches e outras praças fortes a oeste de Faro.

Por sua vez os Hospitalários saídos dos castelos de Moura, Serpa e Mértola tomam o condado de Niebla, Aracena e Aronche, território entre o Guadiana e o Odiel.

Com a queda de Faro, os Freires do Mestre de Santiago o grande comendador D. Paio Peres Correia, reforçados com novos contingentes avançam e conquistam a praça-forte de Salir, importante ponto estratégico face à proximidade que a mesma tinha de Silves.

Releva-se que a cidade de Silves era considerada como a urbe mais importante e a mais populosa de todo o Algarve ocidental, era uma praça-forte com um sistema defensivo muito sólido, com fortes estruturas bem implantadas que não era de todo um objetivo militar fácil de subjugar.

Por esse motivo D. Paio Peres Correia delineou uma estratégia enganadora com um pretenso ataque ao arraial da praça-forte de Estômbar, o Mestre, conhecedor dos movimentos do exército muçulmano, levanta cerco a Paderne, engana Ibn Mahfuz, Rei de Niebla que vinha em socorro com um exército, ataca de surpresa a cidade de Silves que se encontrava desguarnecida e toma-a sem grandes esforços. A grande Shilb, cidade orgulhosa, opulenta e formosa, soberana em todo o território do Al-Faghar, cai por fim definitivamente no domínio das forças cristãs.

Com a ocupação destes últimos castelos consuma-se assim a conquista militar de todo o território do Algarve. As fronteiras de Portugal atingiam enfim o limite da sua extensão até ao oceano.

No entanto o reconhecimento desses limites por parte do Reino de Leão e Castela vai demorar ainda umas décadas1 e vão ser motivo de contendas entre os dois reinos2.  Com efeito estas décadas são marcados por profundos desacordos sobre o domínio do Algarve entre D. Afonso III de Portugal e Afonso X de Castela.

(1) Alexandre Herculano, História de Portugal, Liv.III
(2) Cronica de D. Alonso el Sabio, loc. Cit; Çurita, Anales, L, 3,c 48.