António Marçal Grilo

Estórias da História

António Marçal Grilo

A conquista definitiva do Reino dos Algarves pela coroa portuguesa

D. Afonso de Portugal

De dor e saudade, morrera aos 38 anos o invencível conquistador do Gharb, que, vítima dos desatinos do Pai (Afonso II), mais ainda o fora da sua irresolução e desacertos perante a crise orgânica do reino. Esta tibieza, porém, logo se desvanecia à testa dos seus homens de armas para acometer o infiel.

E, no que respeita à história da conquista do território do Reino só nele interessa o príncipe que, faz renascer a atividade militar povoadora da dinastia para acometer os inimigos da cristandade.

A morte de Sancho II, sem filhos legítimos, firmava definitivamente na cabeça do usurpador a coroa de Portugal. Afonso Duque de Bolonha personalidade mais preparado nas lides diplomatas, perspicaz e arguto com uma consciência plena das forças do reino, treinado nas crises europeias e conhecedor de inúmeros problemas da sua época tem plena consciência do estado calamitoso em que a guerra civil deixara o reino.

Afonso III, príncipe diplomata e grande administrador, atendeu com caracter urgente desde logo à conclusão da conquista do Algarve e acudir à tomada de Silves, Faro e Loulé entre outras praças por forma a honrar não só os compromissos de Paris, mas a mais urgente e importante a de se precaver à rapidez das conquistas do rei de Castela no sul da península que poderiam por em risco os territórios a sul da península Ibérica.

No início de 1249, no forte de Ourém concluiu-se os preparativos para a conquista militar do Algarve. Além dos homens de armas que por préstimos e soldos deviam servir o Rei (1) foram convocadas as tropas dos concelhos e a frota de galés de Lisboa. Os freires de Calatrava, em Avis e os espatários, no castelo de Aljustrel arsenal da Ordem tinham acumulado muitas armas, homens e cavalos. Os burgueses do Porto escusaram-se por dinheiro. Alguns hominizados, entre eles Gonçalo Peres Magro, comendador de Santiago e o próprio infante D. Pedro, tio do rei, acudiram à chamada.

(1) Alexandre Herculano, História de Portugal, Liv.v